quinta-feira, 26 de abril de 2007

Incoerente.

Eu sou uma que adoro escrever, principalmente cartas. E foi escrevendo cartas que eu reparei como é patético o começo delas. Eu nunca sei como começar. E a cada começo eu penso que não vai durar três linhas e, quando percebo, já foram três folhas.
Adoro os números ímpares, mas acho os pares mais bonitos. Ver casais de dois e mulheres de quatro. Não de quatro sexualmente falando, embora seja lindo. Mas de quatro quando eu falo de amor.

Sobre futuro, eu gosto de não saber o que vai acontecer. Ao mesmo tempo eu queria ver tudo e poder mudar o que fosse preciso. E poder escolher muita coisa e inverter tantas outras. Eu queria apagar algumas. Odeio o querer.

Antes eu me incomodava com coisas. Hoje as coisas estão gigantes e penso que elas podem vir a me engolir. Eu mal consigo dormir. Mas na verdade o que consome meu sono é o fato de eu ser uma coruja. Corujas são animais exóticos que quase ninguém gosta. Mas eu gosto de comparar meus problemas e meus "defeitos" com coisas. Eu me sinto, assim, muito maior que eles.

As vezes eu penso que se alguém estivesse comigo, meia parte ou parte e meia, eu seria melhor. Tudo seria melhor. Eu nem me importaria com a minha miopia, porque quem eu gostasse já estaria perto. E isso me daria conforto. Conforto é indispensável entre beijos e abraços.

Já vi que no mundo até a pessoa mais drogada pode arranjar alguém. A mais vazia e mais linda também. A mais loira, gostosa e burra. E a mais freak então... essas fazem sucesso. E eu não sou nada. Não sou loira, nem freak, nem gostosa, nem vazia ou drogada e muito menos linda. Mas eu sou, entende? E isso basta.
Bastaria se fosse eu quem escolhesse, mas quando eu era menor, ninguém me escolhia para o time de vôlei. Talvez meu trauma venha daí.
Eu não sou vazia, mas sinto um vazio enorme as vezes. Um vazio sentimental. E se eu grito tentando achar o vazio, vem um eco e um vento que derruba tudo.

Minha professora me ensinou a ter coerência, pegava no pé por culpa da bendita coerência. Hoje em dia eu descarto a porcaria da coerência. Eu escrevo e só.

6 comentários:

Silly disse...

Guria com tu escreve bem nossa ... suas palavras são perfeitas ... meio que me sinto ai em cada palavras, frase... enfim é perfeito ... nossa to Boba, mais do que já sou ... caracas... cada frase sua tem um toque simples e doce... mais sublime impossivel ... cara quando crescer quero escreve igual a vc... hihihihihihi ... Bjim lindah

Anônimo disse...

eu não preciso ser coerente para notar o tamanho talento que tens. basta ter percepção.

e meu amor não tem limites.

te amo Bianca.

Anderson disse...

"Conforto é indispensável entre beijos e abraços."

Eu gostaria de ter escrito isso...
Eu gosto to teu jeito de escrever...
Eu vejo meu reflexo nos teus textos.
E eu também voltarei aqui.

Beijosss...

Karine disse...

e meu amigo querido admirando o teu jeito de escrever e eu nem sabia.
o Anderson ali em cima, é meu anjo.

e eu estou de blog, amor.
e quero que sejas presença.

Marília Alves disse...

Odeio querer.

Babi disse...

é por que existem pessoas de tamanha sensibilidade como você, bianca, que o mundo ainda vale a pena. por tudo que há de ser pensado, escrito, sentido e falado.
mesmo pouco conhecendo-te, já admiro tremendamente.

um beijo.

e a confusão, ela se dissipa com a conquista de idéias e verdades de dentro de você.

;*