sábado, 26 de maio de 2007

Passado

Não entendo o fato de gostar doer. Já tentei encaixar milhões de motivos para que nada desse certo. Eu costumava ser errada, mas não tanto. E também desgostar e pronto, era assim até o fim.

Agora eu me vejo completamente enrolada em uma teia minha. Sendo desviada do caminho que ela tinha feito até mim e que agora a mesma destorce pra que eu nunca chegue.
É triste ser amiga e saber das meninas novas, das preferidas, das mais bonitas ou interessantes. Dar opinião sobre qualquer coisa que envolva relacionamento e saber que está tudo muito certo com o novo amor. Que o quase namoro está como nunca esteve, que o beijo nunca foi tão bom e o sexo... ah, o sexo. Que todos os dias de manhã não sou eu quem manda mensagens que te fazem rir, nem as recebo.

Sinto por mim que quando sei que algo saiu errado fico feliz e tenho uma pontinha de esperança que dói o dobro depois, quando sei que está tudo muito melhor que antes e que as brigas só serviram pra fortalecer.

Por eu amar tarde, por ser devagar e paciente demais com os meus sentimentos eu acabo por ficar pra trás. Analizar, recear, observar demais faz com que eu tenha atrasos preciosos e imperdoaveis. O medo de mim e da espectativa dos outros. A falta de amor. Não amor pra fora, amor por dentro.
Antes não sentia. Agora sinto demais e o que é demais nem sempre é bom. Machuca.

sábado, 19 de maio de 2007

Arrep... de repente.

Vou ser direta no primeiro parágrafo. Venho aqui hoje lhe fazer uma declaração. Eu admito: me arrependi. Sim, por quê não? Fiz isso e não foi uma vez, nem duas. Não se engane pensando que foram três ou quatro. Na verdade, eu perdi as contas de quantas vezes o fiz.

Já tive do tipo leve, médio ou tristemente forte. Leve, como o de ir a uma festa ou de dar algo a alguém que não mereceu (algo material). Ou forte como de não dar valor. Não à cousas, mas à gente. Pessoas, amigos ou amores. Partes de mim por quem eu sofro, baixinho, até hoje.

Não tenho um pingo de orgulho em dizer isso. Falo sério quando digo que deixei-o todo no freezer quando resolvi vir aqui escrever sobre arrependimentos.

Tenho que dizer também que as pessoas que deveriam ler isso, não lerão. São poucos os que eu indico a vir me ler e não sou um pingo conhecida para que as causas dos meus arrependimentos venham a saber da existencia deste texto ridículo que eu estou escrevendo.

Bem, está frio e eu não achei minhas luvas, portanto meus dedos continuam congelando e eu estou tremendo e escrevendo metade das coisas erradas. Uma noção do frio que eu sinto é que minhas unhas, de tão geladas, estão roxas!

Outra cousa é que eu estou especialmente confusa, tão confusa que chega a doer. Acho que gosto do mundo e vou casar com qualquer um. O primeiro a bater na porta. Mas no fundo eu queria viajar pra longe e resgatar rolinhos que valeram. Valeram muito.

Eu estou tão doentemente embaraçada que chega a ser doce. Qualquer pessoa que olhe pra mim enxerga a confusão. É exatamente a expressão de uma criança, assustada e desiludida, sem saber no que pensar quando o primo mais velho lhe conta que Papai Noel não existe. Tenho andado até meio vesga pelas ruas sem saber pra que lado ou pra quem olhar. Eu estou misturada em mim mesma, não encontro mais óleo e água.

Enfim, eu realmente queria que voltasse a ser como em setembro. Queria poder voltar no tempo e resolver os arrependimentos fazendo deles acertos. Talvez se ela lesse saberia que é pra ela.

sábado, 12 de maio de 2007

Só.

Minhas mãos estão gélidas. É este frio que entra pela janela do meu quarto agora, as duas da madrugada. Esse gelo que não me deixa pensar direito e que me endurece os sentimentos e os dedos. Essa ausência de presença que me faz tão triste.

Eu já quis supor companhia, se me faria mais feliz. Eu já pensei em alguma pessoa em especial ao meu lado. Mas e se o tempo a tornasse igual as outras? Se virasse rotina? A minha gata, a branca, dorme ao meu lado, em uma caminha vermelha. Ela me faz companhia, sempre. Por que ela não é como eu? Mesmo com todo esse frio ela está encolhida, em um sono ou um sonho profundo. Eu sei a profundidade porque já a chamei algumas vezes e ela não me dá bola.

Eu continuo com saudades do futuro que eu planejei. Quero que chegue logo a manhã morna, a tarde fria e a noite insuportavelmente congelante com luvas e gente. A gente, nós. Quero boas pessoas ao meu lado. Quero útil e agradável reunidos em um espaço.

Eu realmente tremo e temo a minha falta de personalidade. Minha vontade constante de mudar e de ser uma cousa só. Quero constância, elogios e algo mais. Talvez um carro e música. Depois, sair por ai sem olhar para os lados, cantando e andando devagar sem ter que ultrapassar nada, nem sentimentos.

Algumas pessoas acham amor fácil e outras que eu devo ser uma cousa só. Eu acho amor difícil e até gosto de ficar em cima do muro, não tenho medo de admitir essa minha indecisão, ela é segura demais. Eu, curta demais.

Eu fui fria, sou fria... mais que a noite de hoje. Comigo não se pode deixar janelas abertas e além disso tem de haver um aquecedor ligado no máximo. Não tolero e sou injusta, as vezes. Sou as vezes, já disse e quero que se acostumem com isso. Repito sempre pra tornar mais fácil a compreensão. Não chego a ser estranha, não sei o que sou.

Sou mistura e algumas poucas pessoas me fazem me sentir tão boa. Mas se fosse não estaria mal acompanhada de mim e só, e estou.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Crise!

Crise de pensamentos construtivos e criativos. Eu me enfiei em um sentimentalismo que não é meu. Há momentos em que eu sinto pena sentindo pena, entende? É de mim, dos outros. É complexo demais, não sei se a gramática me permite escrever do jeito que deve ser.

Andei pensando, pensando e apagando bastante! Eu tentei aceitar certas coisas que eu não tenho como aceitáveis e também tentei não ser livre, mas acabei não conseguindo. Eu sou o ser mais livre que existe, dentro de mim.

Eu posso gostar de quem eu quiser, usar a roupa que quiser, o cabelo da forma que quiser e o espelho me vê como eu quiser. Eu aceito a visita e as ligações de quem eu quiser, escuto e seleciono quem eu quiser. Sou livre? Não.

Queria que fosse mais fácil. Que gostasse de quem gosta de mim, não importando quem fosse ou como fosse. Sem nem saber como abraça, beija ou enrola. Mas não é. Nada é completo, tudo é em partes. Eu não preciso de outro que o faça, queria me completar sozinha. Eu ando perdida, as vezes.

É engraçado a forma como conhecemos e esquecemos pessoas. Algumas meninas do pré-escolar eu não lembro como eram. Na verdade eu não lembro nem das do ano passado. Eu poderia pensar que minha falta de memória é causada por remédios, drogas, bebidas, falta de exercícios ou de sexo. Acho que não.

Eu gosto quando me elogiam. O melhor de todos é quando chamam de inteligente. Depois eu paro, penso e começo a ter a pena que citei no começo. Não é de mim, mas também é. Tenho pena das pessoas que acham que ser bonita vale mais que ser inteligente. Eu não estou falando de ser esperto, existe diferença.

Algumas meninas são muito espertas! Recebem um elogio de um milionário, claro que ele usa o da beleza. Em seguida os dois vão para um motel cheio de luxos, rola uma bela foda e ela engravida. Pronto, ai está a esperteza, uma grande e gorda pensão.

Continuo preferindo minha inteligencia. Saio e passo despercebida quando estou de boca fechada. Paro em algum grupo conhecido e "tcharam"!, ali está a fulana mais notável do momento. Depois de um pouco de divertimento volto para casa, com elogios ganhos, sem estar grávida nem rica e passo mais nove meses da minha vida sem me preocupar com outra vida. Além do que, apesar de não ser uma das mais bonitas, sempre soube unir o útil ao agradável.

Enfim, as pessoas deveriam parar para rever seus conceitos. Existe muita gente por ai "mente aberta", mas devemos ver os limites dessa "abertura" toda.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Retalhos

Sei tão pouco de mim. Ando tão torta, mas tão doce. Tenho olhos fundos e calmos de profundos carinhos e amores. E tudo em mim tão lúdico. Uma beleza tão desilusória. Uma vontade tão forte. Um querer tão intenso. Vezes eu choro por não conseguir ser forte e passar por cima de mim pra fazer os outros felizes.

Eu queria conseguir pegar o coração de menininhas e faze-los novos. Porque me dói vê-las tão... e tão... E me dói me ver longe, atrás e igual. E na frente com tanta coisa pra resolver, pra lembrar e esquecer e tanto e tanta. Volta!

As vezes me dói ser doce. Me dói me importar. N'outras eu gosto. Eu gosto do seco. Eu tenho dó dos pequenos e mágoa dos grandes. E tenho coleção de amarguras e de raivas. Não confio em quem diz não ter ódio. Ninguém é tão vazio, ninguém é tão...

Eu olho para trás e vejo o mundo de pessoas que já me viram chorar e outras que choraram comigo. E os que foram causa e por estes eu sinto... alguma coisa. Eu já me apaixonei por alguém que me pisava. Eu já chorei pelo fato de ele me pisar. E eu chorei depois por ela me deixar, me amava tanto, por que? Eu canso e acho enjoados os meus desabafos.

Mais três retratos em branco e preto me maltratando. E os coloridos, o colorido. Nem meus olhos os tem. São dois bagos negros, com fundo branco marejados por um rio transparente. E meus cabelos negros e minha pele branca. E meu vestido e o vento. E um laço.

Um laço vermelho que me amarra a ti. Um laço fino e suave e sensível. Um laço quase invisível. Desfeito. E um papel de presentes com palavras e nanquim. É tudo tão impossível pra mim que eu não tento.

Meus beijos são confortáveis, meus braços são seguros e meu coração não segura nada. Meu coração tem feridas abertas e buracos mal fechados que deixam escapar quem tentar nele entrar. É tão fácil achar defeito nos outros. Uns com tantos e eu com tão pouco.

Bom dia, te amo. Moro na esquina. Se precisares de açucar, dai-me um beijo que dou-te o doce. Dai-me o túnel, que sou a luz. E o problema, traga em bandeija que pra ti, tenho a solução.