terça-feira, 15 de janeiro de 2008

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Como de costume: novo ano, novo blog.
http://aefemerida.blogspot.com/

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

É como se matasse as saudades que tem de mim com as próprias lembranças.

Adios.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Pensei ter o tempo. Todo o tempo do mundo, as coisas todas estavam sobre controle. Eu parei, olhei de perto e percebi que eu não o tinha, ele era quem me possuia. E agora eu venho aqui escrever-te isso, porque palavras não saem da minha boca, nada vem de mim. É outra que toma conta. Com o tempo ela foi, eu fiquei. Ninguém permanece, eu não sou diferente.

Olha, estou confusa em como começar, talvez seja tão difícil ler quanto escrever. Fato que estou decepcionada. Não sei ao certo com quem ou o que, mas aconteceu. Pode ser comigo, quem sabe sejamos nós ou seja só mais uma tempestade virginiana. Mas sabe, eu cansei de esperar o amor e continuar sozinha. Andar sozinha, tomar banho sozinha, dormir, comer, observar, rir, assistir tv, ouvir música, VIVER e estar vazia.

Eu sei, não deverias ser meu destinatário se meu problema é com o amor, teria então que escrever para ele. Porém, a única que conheço que remete-me ao tal problema, és tu. És a que me faz não pensar, que faz não doer mesmo sendo a dona da maior dor, que faz da saudade um sorriso e de mim incompleta. Haveria alguém mais certa para receber meus reclames?

Sei que meu maior problema é este "TE" tão grande que engole o meu "ME". Acontece que são partes e eu não vivo com uma apenas. A minha sempre sentiu-se solta e eu procurava olhos que me seguissem. Foi assim que aconteceu com teus olhos cor-de-menta com pontinhos cinzas. É quase um desenho quadriculado e eu enxergo cada cômodo da tua alma, eu enxerguei. Eu vi no reflexo todo o futuro e tive certeza que não duraria. Sabe, dane-se se o seu amor não quer vir ao meu encontro. O que me deixa aflita é não saber nada, embora venham tantas pistas. És um mistério, que eu gosto e tenho medo.

As vezes esqueço como é dormir. O maior problema nisso tudo é que não houve um beijo, um abraço ou uma despedida. Aconteceu e acabou. Eu sou toda sentimento. Sou completa até os ossos, tenho tudo o que quero. Mas me foge uma coisa. O que me falta é o sim.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Talvez o que me faça desistir, e querer-te novamente, é o fato de existir sempre mais, de ir sempre além. Dos mistérios, as vontades e as surpresas. Talvez seja porque a rotina tem me pegado de jeito e por isso, só por isso, eu tenha desistido um pouco.

Quero saber se tens lido o que eu escrevia, sempre sem assinaturas, apenas "da sua, sempre sua...". Continuo fazendo e te irritava tanto! Era eterno, foi, e acabou. Existe contigo a palavra eternidade? Algo aqui o é? Eu não consegui ver em teus olhos quando o amor deixou de sê-lo. Nem sempre foram pra ti os meus escritos, talvez tu saibas.

O vento ainda bate em minha janela, da forma que gostavas, deixando o quarto fresco. A chuva desvia do meu quarto sem cair uma gota nos vidros. Tenho lembrado muito. Teus cabelos ainda fazem parte da mobília. Eu reclamava deles, hoje sinto falta quando acho algum fio perdido pela sala.

Não tem o que entender, não sei como ninguém previu que o fim ia chegar, que não existe o final de dar borboletas no estômago, vontade viver, de querer comer as páginas dos livros pra sentir-se dentro da história, das letras, das palavras. Eu vi um "pra sempre" em nós, mas ficou.

Hoje eu parei. Parei por horas olhando pela janela, deitada, deixando a tv falar com as paredes. Enquanto eu lembrava, meus olhos sangravam. Derramaram cada pedaço de sentimento que restava em mim. Saíram deles gotas sem cor, sem vida. Tanto sentimento em algo que não me mostra nada, só molha.

Eu tenho medo de te olhar nos olhos como antes. Na verdade, nunca olhei por muito tempo. Não te disse, mas podem entrar em mim pelas pupilas. Tu nunca conseguias. Eu guardo o coração nos olhos, amor. A quanto tempo não te chamo assim. Jamais te chamei em voz.

Eu estou perdida em mim. Depois daquele dia, eu me perdi por entre as bulas de remédios. Estão todos ao lado da cama e não sei ao certo pra que servem, mas os tomo. Eu me perdi e queria saber se estás a salvo. Talvez eu esqueça o número do seu telefone e não ligue assim que me der vontade. Mas, por agora, eu só lembro de ti.



Boa noite, amor.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Este não é o final do fim dos fins. Um e dois e três e quatro e cinco finais... São tantos os caminhos e mais um acabou. Não tenho o porque reclamar. Não sei se guardo algo, se deixo tudo, lembro ou não. Nem difícil é.

Não venha chamar-me de insensível por não te entregar um coração. Se o fizesse, o que farias com ele além de pegar, segurar um pouco e depois largar por ai pra que se encontrasse em outras mãos?

Ah, amor, obrigada por gostar tanto, por querer tanto e até tentar. Perdoa-me se fiz com que perdesse tempo, não era a intenção. Agora que passou, ficou um pouco de ti em mim e um pouco de mim em ti. E isso basta, mas nada basta pra ti.

Venho a tempos procurando um encaixe perfeito. Dedos que se entrelaçam, línguas que se molham e corpos que se arrepiam. Quero olhos que doem quando se encontram e bocas que ardem quando beijam. Mas não me encontrei em ti, não agora.

O perfume continua pela sala, pela casa e até um pouco em minhas roupas. Vez ou outra sinto falta, não saudade. Com a mesma freqüência de tempo sinto alívio. Bom ou não, é tudo em mim e eu não sei o que se passa em ti.

Agora o frio e a chuva foram embora, amor. O sol voltou e eu ando impaciente pela rua sendo tão ímpar. Eu preferia o suor das noites, da cama, dos lençóis e tudo passou. A dor também vai passar.





Quero que o mundo, como eu, tenha um Cupido vesgo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Aos Amores

Bom dia, amor. Olha pra mim, não faz cara de nojo. A noite passada passou. Eu passei. Hoje é lembrança que fica, fixa mais que as boas.
Desculpa a letra torta e a caneta encarnada, não achei outra com a qual pudesse escrever. Continuas com a mania de guardar as falhadas ou sem tinta. Lembro-me do começo, nada mudou.

Olha, amor, quero que, acima de qualquer coisa, lembres do parque em que nos vimos. Da chuva que caiu no dia e também que não foi nem em um parque, nem de’baixo de água que nos encontramos pela primeira vez.

Veste esse casaco branco, te retira daqui. Dê-me as costas porque propostas não me colorem mais, amor. Tens a quem mais oferecer isso e aquilo e tudo que vem de ti como desculpa. Por que fizesse sentir-me tão culpada, partida a ponto de querer a morte por me ver tão impura? Como consegues ainda chorar na minha frente e pegar na minha mão?

Pega, amor, pega esses lírios, essas rosas e todas as vinte e quatro tulipas amarelas. Toma a cesta, os biscoitos e o bolo de manteiga. Engole teu chá envenenado de traição, tua saliva amarga e teu beijo seco. Junta tudo e leve até a menina da cidade vizinha. Leva contigo uma mecha do meu cabelo, um bilhete escrito em vermelho e um beijo rosado. Fecha os olhos, vira-te e sai. O trem parte em quinze minutos e não quero que fiques um a mais aqui.

Vê como chove de novo? O que te lembra? A primeira vez que nos vimos andávamos pela cidade, tu a cavalo, eu de pé descalço. Não chovia nem havia balanços. Era verde, tudo verde. Meu vestido arrastava a poeira no chão e meus cachos já escorriam pelas costas. Eu era nova, amor, e chovia dentro de mim. E tu tão branco e seco, nevavas.
Adeus, amor. Um beijo em tua testa e um aperto no peito. Obrigada por me fazer forte, por me secar por dentro. Desprendi-me da chuva, hoje floreio e talvez sinta falta, mas não sei se sofrerei. Amo-te.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

22/10/2007

Toma, aqui está a vida sem cor. Tudo de volta. O vazio, os tons e a inexistência. Inexistência de sentimentos que por ser tão sólida, me deixa sentimental.

Nos últimos dias tenho sentido uma vontade infinita de derramar rios de lágrimas. É um aperto, vácuo concreto dentro de mim. Eu não entendo. Pensei que, talvez, dessa vez eu conseguiria, porém continuo vazia.

Tenho tentado gostar, juro que me esforço. Quase que me bato para que essa indiferença saia de alguma forma, por algum poro, como uma impureza qualquer. Mas é em vão, eu sou vã.

Sinto-me feia e a TPM está longe de me servir como consolo. Estou do tamanho do mundo, um planeta sem magma, sem um pingo de calda ou recheio.

Por estar vazia, por não gostar de alguém, não deveria doer, mas dói. Tanto e ao mesmo tempo tão camuflado, escondido que eu não consigo sentir, ou chorar por isso.

Perdão complicar tanto. Não que eu não goste, eu gosto, porém me acostumei a ser eu, eu minha, sozinha. Sou auto-suficiente embora minha carência me consuma. Mas eu não a sinto também.