sexta-feira, 6 de abril de 2007

Bilhetes.

Eu tenho algo a dizer, tenho palavras entaladas por todos os cantos e até risos e soluços abafados. Tenho medos e vontades. As vontades escondidas à vontade. Tenho desejos em cada parte do corpo, em fios de cabelo e perfumes. Tenho saudade da presença.

Quero dizer que não te conheço e se um dia vir a conhecer... Não importa minha respiração ofegante. Agora a música que eu ouvia e parecia eterna virou segundos e eu mal prestei atenção na letra como fazia. Passou rápido o tempo.

Escrever cartas sem destino é o que tenho feito. Se o destino me leva a escrever para alguém um dia... talvez tu espere longas cartas. Quem sabe até recebas minhas cartas imaginárias escritas em minhas folhas decoradas sem eu saber. Um dia, ao me encontrar, perguntarás se a letra é minha e eu direi, envergonhada, que sim.

Ao lê-las pode alguém vir achar que é besteira, mas palavras escritas nunca são besteiras. As ditas são mais, e passam. As escritas só apagam com o tempo, demoram mais. Deve ser o sentimento entregue a cada consoante e vogal colocadas lado a lado formando minhas perguntas. Mais alguma? Talvez.

Restam apenas dois cigarros dos quatro que, ao errar a conta, pensei serem 3.

3 comentários:

Marília Alves disse...

Como você me disse, embora sem fala, cartas são eternas. Cartas e você. As cartas são o pouco de ti que posso ter comigo, quando eu quiser e precisar.
Te amo.

Mayra M. disse...

Adorei esse texto. Simples, bonito, romântico.
Adorei.
Me lembra John Mayer.

baiser toxique disse...

quelqu'un m'a dit ;

cartas, as tenho, não as mando..
saudades;
amo.