quinta-feira, 22 de março de 2007

mo-LE

Talvez eu esteja buscando esperanças fantasiadas de areia em meio a uma praia. Mesmo que eu veja que tudo, tudo escorre entre as mãos, pode existir um filtro que não te deixe escapar. Quem sabe eu queira te prender pra mim. Quem sabe?

Mesmo que eu diga não, se não olhar fixo pode ter certeza, é sim. Eu sou carente até a última taça de vinho, se me permitir até o último gole. Sou fraca para a bebida. Mentira, sou fraca para tantas coisas. Vinho é só e-xr-ótico.

Eu joguei fora a única coisa que não se encontra em liquidação nesta época, um coração. Amor já. Mas as lentes de aumento estão em promoção, talvez uma me ajude a encontrar na areia o amor camuflado de grão.

Sou caracol. Besta, pequeno e mole caracol. Quem me vê de fora tem nojo de mim, alguns medo. Alguns me comem, meu sentimento é lixo. Comem e jogam minha casca fora, minha casa. Sempre quando os vejo chegar perto me escondo dentro dela. E perto de ti, teu ego tão grande, eu mal respiro. Eu simplesmente me encolho e te deixo evitar. É puro desprezo, o troco bem dado. Pago caro, dei uma nota de cem e recebo um troco grande, mas não alto.

Do tipo que se leva pra um canto, passa uma conversa e acorda no outro dia em território estranho. Toda semana é um diferente. Minha mãe sempre disse pra eu dormir cedo, mas eu gosto da noite, do difícil e, às vezes, do fácil. Gosto de ter dona.

Eu sou um umano sem h, sou mulhe sem r e sou completa com um in.

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